Então é Natal...

Então é Natal...

É desnecessário falar que o Natal é umas das festas mais importantes para a humanidade (ou grande parte dela). Afinal, é o dia em encontramos com a família e/ou amigos, temos a ceia (ou não), nos divertimos (ou não), alguns ganham presentes, outros vão à Missa; uns sabem que é uma festa cristã e é o dia em que se comemora o nascimento de Cristo, outros não. A introdução foi desnecessária, mas, entenda, eu preciso encher isso aqui com linhas escritas.

É impossível ser cem por cento “anti-natal”, pois se você parar para pensar não há como fugir e se tentar, passará a ser considerado a escória da sociedade (como assim alguém não deseja, mesmo entre os dentes, um “feliz natal”?). É fato, minha gente! Não há como ignorar o clima que os papai noéis, gorros vermelhos e músicas bonitinhas trazem. É uma data tão importante que até o Guanabara fecha durante todo o dia do feriado!¹

É a época dos especiais na televisão (momento: minha televisão permaneceu desligada demais ou não passou “Esqueceram de mim” ou “Esqueceram de mim: perdido em Nova York”?! Deus, é um clássico!) e das mensagens de impacto. Jornais e programas mostram crianças recebendo presente de pessoas, famosas ou não, felizes da vida. É a época do bom velhinho de shopping, tirando fotos caríssimas com meninos e meninas no colo. É tempo também de amigo oculto e confraternização com pessoas que durante todo o ano lhe é totalmente indiferente. Mas sabe como é esse clima natalino, né?

Ô épocazinha estressante também!

Se criança carente pede dinheiro durante todo o ano, imagina nessa época? Sendo que agora todo mundo fica de coração partido se não der pelo menos um real.

O trânsito fica mais infernal do que o costume, todos querem ir para o mesmo lugar.

Os ônibus ficam lotados de gente e bolsas enormes.

Praça de alimentação é uma massa de cabeças e só isso.

A loja tem que ser MUITO cara para estar transitável. Depois reclamam de falta de dinheiro!

Criança esperneando.

Presente de amigo oculto até R$ 10, neutro. Eu, pelo menos, defendo a idéia de que não existe presente neutro, ainda mais custando R$ 10.

No mercado as pessoas se reproduzem, e você sempre se esquece de comprar alguma coisa, o que gera a necessidade de voltar lá e enfrentar tudo de novo. Sério, todas as vezes que acontece isso comigo (não são poucas), eu vejo novas pessoas e o lugar está sempre lotado. SEMPRE.

É impressão minha ou há uma quantidade fora do normal de pessoas meio... doidas, por assim dizer, andando pelas ruas nessa época?

Gente + verão + liquidação. Desnecessário falar o resultado.

Fora qualquer coisa e, mesmo estando um pouco atrasada, FELIZ NATAL!

_____________________________
¹ Guanaraba é um super-mercado que nunca fecha! Sim, é exagero, mas só vi respeito total a dois feriados: Dia do Comércio e o Natal. Costumo falar que, se nada der certo, além de escritora, vou abrir uma filial do Guanabara.

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Os filmes da minha vida

Os filmes da minha vida

Gosto de filmes e de ir ao cinema. Gosto de seriados também e embora estes últimos passem na televisão, não venho suportando-a nesses últimos tempos. A não ser, é claro, que esteja passando algum filme ou seriado decente.

Posso falar da minha vida sob diversos aspectos, relacionando-a a, talvez, qualquer coisa — esportes, manias, cores, comida, amigos, lugares. Dessa vez, escolhi os filmes para traçar um paralelo.

Costumávamos (meus amigos e eu) nos encontrar depois da escola (sempre às duas da tarde) em algum lugar (geralmente minha casa ou a casa dos gêmeos) para fazer alguma coisa (sempre assistir alguma coisa, melhor dizendo). Compartilhamos muitos momentos desses nos quais escolhíamos filmes bizarros ou não, fazíamos pipoca, comprávamos refrigerante e nos apertávamos no sofá em frente à tevê. Depois, às vezes, tinha brigadeiro que comíamos no prato, espalhados na varanda.

Era comum assistirmos filmes com ‘temas adultos’, como dizem. Ríamos sem fim e no dia seguinte espalhávamos as piadas aos sussurros para outros colegas. Talvez os mais comentados tenham sido “Tudo para ficar com ele” (assistido a exaustão) e “O Diário de Bridget Jones” (que também é um livro maravilhoso e cheio de piadas para serem espalhadas aos sussurros).

Não sei, mas devíamos ter algum estilo para ver filmes, pois não me lembro de ter, mesmo na época, achado a menor graça em, por exemplo, American Pie — talvez porque esse tenha sido um filme feito para adolescente achar graça. Sim, víamos filmes adolescentes mas acho, pelo menos era meu caso, que depois de termos visto tantos de ‘tema adulto’, os teens se tornaram bobos e sem graça. Desta classe um dos poucos que salvam é “Meninas Malvadas”.

Que minha mãe não venha a ler isto, mas já cheguei a quase matar aula ¹ do curso de Espanhol apenas pelo prazer de ver filme e beber refrigerante. Este era “O Massacre da Serra Elétrica” (a nova versão). Toda hora dizia: “Vou embora!”, mas meus olhos não desgrudavam da tela e eu não conseguia me levantar do sofá. Isso era um problema freqüente. Acho que nesse dia só assisti aos 10 minutos finais daquela aula, “Com licença, professora, eu sei que estou um pouco atrasada, mas tive que fazer um trabalho, fiquei até tarde em Friburgo, enfim... Perdi alguma coisa importante?”. Posso ser uma boa atriz e bem convincente (lê-se “cara de pau”), quando quero.

Não se pode duvidar que “a arte imita a vida” mas, sem dúvida, a vida também imita a arte e dessa eterna imitação não se sabe se há um original. Fumar pós sexo é uma cena clássica — de onde isso foi tirado? Beijar na chuva e, depois do Homem Aranha, beijar de cabeça pra baixo debaixo da chuva (deve ser ruim para quem fica com as narinas expostas à água, mas tudo bem), dançar na chuva, cantar na chuva, cantar “I love you, baby...” nas arquibancadas, imaginar a própria vida em um musical, rezar para um dia topar com um cego que te convide a dançar tango, imitar o John Travolta dançando, sair correndo por uma rua cheia de noivas atrás, ou sair correndo pelo Louvre, abrir o sobretudo e exibir as várias armas juntas ao corpo, lançar frases de impacto, etc. Uma coisa é fato: todos querem fazer parte de alguma cena.


Rebecca Albino
28/nov/2007


¹ quase matar aula pode ser estranho, mas é o seguinte: chegar muito atrasada (o) em algum lugar e culpar, sei lá, o trânsito, a sua mãe, o despertador que não tocou, etc. Funciona muito se você for a(o) queridinha(o) da(o) professor(a) ou o (a) Nerd da turma. Era meu caso.

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Coisa que não é legal

Ser deixado esperando não é legal, pois se você está esperando é porque alguém marcou algo contigo e, aparentemente, não levou a sério. Digo “aparentemente” porque, lá no fundo, você espera que a pessoa em questão apareça com a melhor das desculpas, algo do tipo “Foi mal, cara, no caminho eu vi um orfanato pegando fogo e resolvi ficar para ajudar as criancinhas.” Daí o sujeito faz uma cara angelical e completa com “Você não ficou chateada, ficou?”. Sim, porque desculpas do tipo “Peguei um engarrafamento do cão na Presidente Vargas!” não rola mais. E o engraçado é que, geralmente, você sabe por que a pessoa se atrasou, mas engole qualquer desculpa do mesmo jeito! Você sabe que ele/ela dormiu mais do que deveria, não se organizou, marcou mais coisas do que deveria ou que se esqueceu. Mas até a desculpa ser dada pela persona que te deixou esperando, parece que tudo acontece.

Eu, por exemplo, já cheguei à conclusão de que cheiro a Gadernal e, por isso, todos usuários do mesmo parecem se atrair à minha pessoa. De toda uma pequena população de rodoviária, são eles que sentam ao meu lado, naquele banquinho de plástico que lembra consultórios médicos populares (ou mal decorados), são eles que vão me pedir informação, são eles que olham para mim, são eles que resolvem me contar a vida inteira, enfim...!

Mas o fato são as pessoas que não se tocam. Quando espero alguém, geralmente espero com um livro ou com o mp3 (dependendo de onde estiver) e tais pessoas parecem ignorar isso. Exemplo: você está lá, lendo seu livro na maior concentração, sem quase piscar e a pessoa ao lado não pára de falar. Você revira os olhos, respira, conta até dez, mas nada resolve. Pior é o mp3, pois o fruto da natureza parece ser cego aos fones no seu ouvido, ou surdo em relação ao ruído da música e começa a dissertar sobre a mãe doente, sobre a falta de emprego, sobre como as pessoas são ruins nos dias de hoje, sobre a manchete do jornal... E tudo que passa na sua cabeça é a maneira como você irá matar a pessoa que te deixou nessa situação.

Sobre o exemplo do livro: algumas pessoas, não satisfeitas de acabar com sua leitura, chegam ao cúmulo de te fazer perguntas sobre o livro: “Que livro que você está lendo?” (você mostra a capa, afinal quer dar o mínimo de papo possível), “É grosso, hein. Você consegue ler isso tudo?” (não, eu carrego por aí de sacangem, sabe?, é a resposta que dá vontade de falar), “É bom?” (é a pergunta favorita!), “Fala sobre o quê?” (essa me mata, não pela pergunta, mas porque eu detesto sinopses e, sendo totalmente off-topic, isso é papo para outro post). Sabe o que essas perguntas significam? Que a pessoa está disposta a testar sua paciência.

Quando finalmente há desistência de se ler ou ouvir música da sua parte, apenas lhe resta cruzar os braços, observar e esperar mais um pouco. Em um canto você nota uma mulher gritando ao celular, desesperada por causa da filha, uma cópia perfeita da Helena de “Laços de Família”, e ela também espera, depois de tanto berrar; todas as crianças da cidade resolvem aparecer pedindo a um ou outro para comprar o doce que carregam, cheios de charme. Curioso é que elas não pedem para a garota com espinhas e blusa do colégio estadual; por esta passam direto, e eu agradeço por isso. E então você adquire um vício momentâneo para passar o tempo; o meu é, geralmente, uma bala de hortelã, que compro na banca de jornal mais próxima.

E mais espera.

Coisas as quais você nunca prestou atenção antes, de repente pulam, exibidas, aos seus olhos; você sorri e pensa: “tenho que escrever sobre isso”. As ruas, os detalhes do chão, de um monumento, de um ponto turístico... Todos, a essa altura, já estão marcadas na sua mente e talvez, um dia, você conte isso à alguém.

As pessoas que você observou, que estão na sua mesma situação, vão indo e outras vão chegando... E lá tu permaneces. O moço da banca de jornal tira onda da sua cara: “Ainda aí? Não é melhor fumar um cigarro, não?”. É aí que você sabe que o mundo acabou. Mil pensamentos de “se não chegar em 10 minutos, eu vou embora” são debatidos pelos outros mil que dizem “se já estou aqui há tanto tempo, vou ficar até o fim”.

E você fica até o fim.

Rebecca Albino
13/out/07


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Protesto!

Protesto!

Há não muito tempo vem se falando sobre a reforma gramatical que, no Brasil, está prevista para entrar em vigor no próximo ano. Alguns motivos para tal reforma é o de padronizar o idioma nos países onde é falado. Mas há um outro que me assustou: o objetivo seria, na realidade, simplificar o idioma para que seja mais fácil para os menos instruídos se expressarem na forma escrita.

Ora! Simplificar a Língua para uma inclusão me parece tão... absurda, tão absurda quanto as cotas para as universidades públicas! Alguns grupos, se lerem esse texto, vão achar que sou a favor da elitização (sempre vista de modo pejorativo), mas não é isso, não! O que não percebemos é que a educação está indo buraco a baixo e que ensino bom é ensino pago, e olhe lá! Ensino de excelência é igual a colégios, cursos e universidades extremamente particulares que apenas uma fatia mínima da população pode pagar.

Vamos por partes:

Quando lançaram o esquema de cotas para universidades públicas, diziam que era para diminuir o preconceito — alguém me diga onde reservar vagas para negros não é preconceito, por favor?

Aliás, essa desculpa é falida: o computador, que conta os acertos, é uma máquina e por isso não guarda rancor (sentimento puramente humano) contra a cor do candidato.

Outro motivo era para dar oportunidades para os estudantes de escolas públicas a ingressarem na faculdade. Esse foi o mais aceito. Erroneamente aceito.

Foi o jeito que deram de compensar a falta de qualidade do ensino público no Brasil, nada mais do que isso. Com a aceitação da maioria, relaxaram quanto ao verdadeiro problema.

Mais recentemente, as cotas se estenderam a filhos de policiais e bombeiros mortos em combate.

Há não muito tempo os professores de escolas municipais entraram em conflito com o município quando impuseram a Aprovação Automática, que consistia em tirar a nota “I” de insuficiente, que reprova o aluno, do sistema, assim como a nota “O” de ótimo.

Então é assim: o aluno ótimo é tão mediano quanto o aluno insuficiente. Imagine: se com a pressão de passar de ano, o nível dos alunos está do jeito que está, imagine sem pressão. Passou, passou. Não passou, passou de qualquer forma.

Foi nesta última segunda-feira (03/09) que o colégio estadual que estudo saiu da greve de duas semanas.

O que queriam era apenas melhoria, coisa que todos querem. E o que receberam foi uma proposta vergonhosa dividida em vários meses.

Conclusão:

Mais uma vez, a educação cai e agora drasticamente. Mudar a Língua para que seja mais fácil?! Que isso, minha gente?! Espero que não seja verdade, espero que sejam opiniões isoladas que eu tive o desprazer de ler.

A Língua, seja ela difícil ou não, é tão bonita e única. Todo mundo diz que o Francês é lindo, será que ele continuaria sendo lindo se tirassem todos os acentos? Será que tirando os acentos, as pessoas escreverão melhor? Se for assim, será que não vale mais a pena acabar com tudo e adotar a linguagem de MSN? Escrever exatamente do jeito que se fala, assim não tem erro. Minto, com certeza haverá erro! E sabe porquê? Haverá erro porque não é a Língua que é difícil, haverá erro porque o jeito como se ensina é errado; haverá erro porque não há incentivo...

Mas o que me impressiona mesmo são os vários problemas que precisam ser reformados, ratificados e simplificados neste país e que não são. É um absurdo e apenas isso. Ao invés de se resolver, se dá um jeito.



Rebecca Albino
08/set/2007

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Complexo de Poodle

Hoje foi dia de cabeleireiro, algo que fiz mais por necessidade do que por qualquer outro motivo.

Eis um lugar que, desde que me conheço, sempre evitei ir. Nada contra os profissionais da área ou quem goste, mas... geralmente eu não tenho sorte mesmo.

A maioria dos traumas, medos, fobias, etc, que uma pessoa tem hoje é culpa de algum evento ocorrido na infância.

Quando era pequena as pessoas olhavam para o meu cabelo e faziam altos discursos sobre a quantidade absurda de cabelo que eu tinha (responsável pelo meu Complexo de Poodle) ou o quanto bonito era e, principalmente, o quão mais bonito ele ficaria se eu cuidasse bem dele (condição: freqüentar o salão de 15 em 15 dias) e desde então sempre estiquei os lábios em um sorriso forçado, afinal eu sabia a verdade sobre o meu cabelo, elas não.

Sem dizer que, por diversas vezes, já sai com a orelha queimada ou com "cascas" na cabeça (devido, também, a queima), bifes arrancados, unhas mal feitas e desprezo com meu horário, por isso se um cabeleireiro(a) te disser que está “quase acabando”, não acredite! É lorota! Algo me diz que na cabeça deles passa a idéia de que não temos mais nada para fazer, então um conselho: marque um horário meia hora ou uma hora antes do seu horário verdadeiro, assim não haverá muita espera (truque não garantido).

Outra coisa que me lembro bem era da moça sempre me oferecer produtos pra isso ou aquilo, produtos que prometiam milagres; talvez um tratamento novo, uma hidratação, massagem... Tudo que eu fazia era dizer "não, obrigada" e quando tudo chegava ao limite eu dizia que minha mãe não ia deixar, mas era desmentida pela a infidelidade da mesma.

Um ponto interessante sobre salões é que eles quase não se diferenciam, por exemplo: sempre tem uma televisão e nessa televisão é provável que se esteja passando o Vale a pena ver de novo, seguido pela Sessão da tarde, mas é possível que haja uma variação para programas de fofoca. Aliás, a fofoca! Alguns salões são movidos a ela. Certa vez presenciei uma cena feia de uma criatura feia cochichando sobre alguma coisa com a cabeleireira que estava cortando o meu cabelo, não sei sobre o que era até hoje e não me importo, sabia que era sobre mim, fiquei fitando-a e quando ela me viu, ficou vermelha.

Já reparou que sempre tem um(a) que te chama de "amor" ou "querida"? Eu, hein.

Hoje o meu horário foi ultrapassado por causa de uma moça cujo cabelo era a única coisa que salvava (autora sob influência do veneno que rola dentro dos salões) e também por causa do cabeleireiro que era extremamente lento. Simpático, mas lento. Quando estava quase desistindo, ele pediu para uma moça lavar meu cabelo. Ela lavou, passou condicionador, passou toalha e me deixou despenteada esperando, esperando, esperando... Chegou um momento que eu parecia uma louca de toalha nos ombros, cabelo despenteado e secando, tudo para aumentar meu Complexo de Poodle.

Depois de algumas tesouradas e cachos no chão, o homem cismou em ficar amassando meu cabelo enquanto ficava vendo, boquiaberto, o filme que passava. Se muito não me engano, era "O Hóspede quer bananas" ou algo que o valha, de certo era algum filme com macacos e, consequentemente, com bananas. E depois ele pegou o espelho e colocou atrás de mim. "Está bom? Está bom?" perguntava. A verdade é que eu mal vejo, sempre balanço a cabeça e espero alguém tirar aquele troço sufocante do meu pescoço.

A ironia é que as coisas mais revolucionárias que já fiz foi em relação a cabelo, como quando eu cortei meu próprio cabelo ou quando eu cortei curto e pintei de vermelho, etc.

Vai entender...

Rebecca Albino
03/ago/2007

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O que tem a maçã haver com o amor?!

O que tem a maçã haver com o amor?


Nunca fui fã da maçã do amor e não lembro de ter comido muitas durante minha vida, tudo bem que ela não é tão longa, mas ainda é vida.

Onde eu morava era muito comum, em festas regionais, ver barracas vendendo maçãs do amor, e elas só me chamavam a atenção pelo aspecto: a maçã, coberta por uma grossa camada de calda vermelha, espetada por um longo palito, sempre melada e com um plástico que a protegia.

Não, não era meu tipo.

Quando ia no lixo jogar alguma coisa fora (geralmente alguma latinha de refrigerante) sempre podia-se encontrar alguma maçã mordida lá dentro. Balançava a cabeça ao ver aquilo, mas a presença dela no fundo de uma lata de lixo não me surpreendia. Não mesmo. Dois pontos:

Primeiro de tudo: aquela calda é dura, e há algumas de camadas demasiadamente grossas, bom pra quem gosta de açúcar e tenha dentes fortes.

Segundo: depois de horas lambendo aquilo, além da boca ficar suja e grudenta, acaba enjoando.

E logo em seguida, a verdade: a maçã nunca é boa, nunquinha. Elas acabam ficando murchas, sem vida, sem graça, nem a casca é lá tão boa. Você acaba se perguntando por quanto tempo aquilo ficou lá pra vender, quem fez, quem deixou de fazer. Pena que a pergunta foi feita depois de ter dado a mordida. O que resta é jogá-la fora.

Não sei quanto a essa nova linha de maçãs-de-amor cobertas de chocolate, algumas com granulado colorido.

Por um lado acredito que deva ser melhor, o chocolate não é tão duro, e ninguém deve abusar das grossas camadas. Por outro lado, tem a questão da qualidade do chocolate. Convenhamos, não deve ser nenhum digno de ovo de páscoa, certo? Não, o capitalismo não permitira. E no mais, ainda tem a maçã. Imagino que ainda não tenha melhorado.

O que me faz pensar em outro motivo para elas acabarem indo parar em latas de lixo: a maçã é, na realidade, apenas um suporte para a calda. Alguém que é viciado em açúcar com corante ou em chocolate e que não gosta da maçã, come a cobertura e a manda pro lixo. Acontece.

E isso nos leva às uvas e aos morangos com coberturas de chocolate (ou com a calda vermelha) que são bons, e que devem ter surgido a partir de uma revolta de alguém que gostaria de comer a fruta favorita em uma festa regional coberta de chocolate. A minha preferida é a uva.

Aliás, o que tem a maçã haver com o amor? Isso é papo para outro post! Palpites: comentários, e-mails ou scraps para a autora.

Rebecca Albino
02/jun/2007

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Live and let die

Live and let die


Os olhos pesados me denunciavam, assim como os passos apressados e os dribles pela rua afora. A paisagem não poderia ser diferente, embora se tenha diferenças todos os dias.

Dobro a esquina, quase cantando pneus. Bem, cantaria se tivesse um pneu, ao menos.

Três mãos me oferecem papéis. Empréstimo. Consócio. Penhor. Assim que os pego, os amasso a destino do lixo ou do bolso.

Na loja mais adiante, um enorme pelúcia amarelo e de pés laranja, canta e dança. Às sete da manhã.

Tenho que estudar — foi minha nota mental.

Ando em frente, olhando para o lado, esperando o momento para atravessar, não posso perder tempo.

Algo cinza quase se camufla no asfalto. Tentava andar e cambaleava com o passar de ônibus e carros. Estreitei os olhos. Diminui o passo. Um pombo, reconheci. Devia estar com a asa quebrada. Certamente estava ou era um pombo suicida. Animais se matam? — balanço a cabeça, volto a olhar: um, dois, três carros passaram perto dele. Olho para frente e para trás, de um lado para o outro.

NINGUÉM VAI FAZER NADA?! Um homem, com uma carroça cheia de papelão está perto. Em pensamento agito os braços, sinto minha face esquentar, grito: EI, TIRA ELE DAÍ! ELE VAI MORRER!

Volto ao real, seguro as alças da mochila com força. PRA QUÊ TANTO DESESPERO, AFINAL? Algo me bate: Porque não você? E a mesma voz, retruca: O quê? Atrasada, esqueceu?

Me vejo parada, olho para os lados, sem saber o que fazer. A cada fio tirado por um carro, um aperto no coração.

Tanta gente passando, e ninguém faz nada!
Sou um deles — conclui.
Ande — voltou a mandar a voz.
Não posso — foi a resposta. As mãos ainda firmes na mochila.
Respiro fundo. Continuo o meu caminho, me forçando a não olhar para trás.

Deixar de ser covarde — foi minha nota mental.


Rebecca Albino
03/MAI/2007

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DAMN! Musics

DAMN! Musics – Top 10!

Durante mais um dia de agradável papo, a idéia do DAMN! surgiu com o propósito,

apenas curioso, de se formar uma lista com as músicas mais DAMN! dos últimos anos, na nossa opinião!

Por favor, não nos metralhem! Somos pessoas bacanas, temos mãe e até amigos!

feito por 'becca.jones. e duH.guerra.


1. Desenho de Deus - Armandinho

Pára tudo! Que raio de música foi essa?!

Logo de cara, estorou nas rádios, tocando exaustivamente.

Logo depois causou encrenca por dizer que Deus estava namorando...

Alguns dizem que é poesia! Peralá! Poesia?! Tá bem... Do que depender

da gente, isso só serve para estar no primeiro lugar do TOP 10 das

DAMN! musics!

2. Festa no Apê - Latino

Realmente espera-se muito pouco da música. É o único motivo que se explica

o fato desse troço não ter parado de tocar um segundo, em três mil versões. O

que devia ser o show naquela época? Festa no Apê versão axé, Festa no Apê

versão rock, Festa no Apê versão house, Festa no Apê versão forró...

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!


3. My heart will go on - Celine Dion (remix ou não)


É… o que dizer sobre uma música cantada pela Celine Dion?!

Pois é, nada! Cara, a música foi regravada e “abrasileirada” pelos irmãos

Sandy & Júnior! A questão é que não rola botar tal música no filme Titanic, e não rola ainda mais botarem no fake do

Titanic 2 que, por sinal, me deixou muito depressivo após escutá-la em versão remix. Sem mais.

4. Não Resisto a nós dois - Wanessa Camargo

Bem, essa música não faz, nem de longe, o nosso estilo preferido; mas,

convenhamos, a balada na qual a música é conduzida, não é tão ruim.

Mas vejamos a letra: no começo vemos algo meio dramático demais.

Ok, quem somos para definir a sofridão do amor?

Um pouco mais tarde e nos deparamos com "Eu fico meio assim, feito um cãozinho sem dono":

E é ai que paramos! Cãozinho sem dono, não desce!


5. Se Quiser - Tânia Mara

Olha, a música é chata. A cantora é filé, mas é chata. E a letra... não tem nexo!

Eu, em minha opinião, acho que não é legal falar na novela das oito: “se você quiser eu vou te dar...”.

Agora, a música era tema do casal mais tosco: a mulher tinha tattoos falsas (e mal feitas) pelo corpo todo.

Reparando beeem, elas mudavam de lugar no decorrer da trama, e o cara tirava mó onda de, com o perdão da

palavra, fodão-mór da parada. Detalhe, ela é irmã daquele molequinho sem expressão, o Luciano.

6. Eu Sei - Papas da Língua

Eu sei, tu sabes, ‘becca sabe!

Meu, papas da língua?!

Essa música deu o que tinha que dar, e mesmo depois disso continuou por dar.


Eles têm outra música tão boa como essa?! Porque se tem, bora avisar pros donos das rádios!

7. Por mais que eu tente - Vagabanda

Vagabanda. Vaga. Banda.

Quem assiste a novela, sabe de onde isso surgiu, para os que não:

eis velha história: dois adolescentes quase perfeitos se apaixonam.

Mas sempre há um grupinho de má índole que insiste em separar

o casalzinho mais feliz e humilde da zona sul carioca. Tudo acontece

com eles, mas no final eles estão juntos, felizes, sonham em se casar,

constituir família e blá blá blá. Letícia e Gustavo foram um pouco diferentes,

mas acabaram iguais. O rapaz, querendo conquistar a menina, se aproveita dos

seus dons "artísticos" e lhe compõe essa música. O que irrita? Como se

não bastasse a novela, suportamos durante sabe-se lá quanto tempo essa

banda fictícia tocando sem parar "por mais que eu tente lhe dizer, o quanto eu

sinto por vocêêêê...".

8. Quem já perdeu um sonho aqui? - Hateen

Achamos que as tragédias do mundo já são mais do que suficientes. Faz bem gritar ou chorar para tirar algum

sentimento chato de dentro de si. Ok! Mas vamos com calma. Não dá para ser feliz repetindo sempre as mesmas

coisas: “acho que vai ser sempre assim, nada dá certo pra mim” e usar uma camisa escrito LOSER.

9. É isso aí - Ana Carolina e Seu Jorge

Por que não é sempre que dá sorte gravar versão da música que está fazendo sucesso.

10. O Sol - Jota Quest

Simplesmente porque é uma música chata, com um cantor chato de uma banda chata. Chata demais.

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A Saga — no sentido pejorativo da coisa — (na escola).

Chegar na sala e perceber que alguém pegou o seu lugar.

(por algum motivo você não gosta desse alguém)



Sentar-se na cara do professor.

(já que pegaram o seu lugar)



Mal se ajeitar na carteira, e virem te perguntar sobre trabalho, exercício ou se o professor veio ou deixou de vir. Ou sobre qualquer assunto aleatório.

(à guisa do bom dia, claro!)



Pegar um livro para ler, já que o professor ainda não chegou, e alguém ficar te cutucando.

(e falando sem parar sobre assuntos irrelevantes)



O professor limpar o nariz com um lenço velho, enquanto te pergunta qual a matéria que ele deu por último.

(e pegar sua tão caprichada folha de fichário logo depois)



Alguém perguntar se triângulo é aquilo que tem três lados.

(e você se perguntar por que alguns pensamentos homicidas não saem da sua cabeça)


Ir para o recreio.

(e perceber que todo dia é a mesma coisa)



Voltar do recreio primeiro.

(e reconquistar o seu lugar de origem, antes roubado)



Finalmente ir para casa.

(e aí é outra saga)


Rebecca Albino
24/abr/2007

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A Lagoa Azul

— Sabe o filme que vai passar hoje na Sessão da Tarde?

— Anh?

— A Lagoa Azul!

— Não!

— Éééé!

Mais tarde:

— Ai, esse filme? Tá falando sério? — pergunta, meio surpresa e indignada — Cara, eu já vi o primeiro, o segundo, o terceiro...

— Nããão, menina, só tem dois: A Lagoa Azul e De volta a Lagoa Azul.

— É, esse aí é A Lagoa Azul.

— Não, esse é De Volta a Lagoa Azul!

— Qual é o primeiro?

— A Lagoa Azul, né?

— Sabe, eu nunca vi direito...

— Você só pode tá brincando...

— É sério!

— São as mesmas crianças?

— São!

— Nãão! Tu cheirou, foi? Eles crescem, descobrem o amor, tem outro filho... Na continuação eles voltam a ser crianças, sei lá?

— Ué...

— Não, não... No primeiro eles vivem lá com a mãe, não é isso?

— E ela morre...

— Eles são incestos?

— São. Não. São. Ah, sei lá!

— Eles não eram filhos da mesma mulher?

— Nããão! Eles foram criados juntos, mas depois... sei lá, parece que um deles era adotado. Acho que era o menino! O filme não ia mostrar os dois descobrindo o amor, se fossem irmãos! Não é Manoel Carlos, nem nada!

— De onde tu tirou essa idéia de “descobrir o amor”, ô Nerd?

— O comercial sempre fala isso...

— E eles têm um filho?

— Que nada com eles no final...

— Não tô entendendo mais nada...

— No primeiro, eles são filhos de uma mulher que morre. No segundo eles foram parar lá por causa de um barco que afundou, e tinha um velho com eles...

— Isso! Eu lembro de uma cena, o velho estirado no chão...

— Foi quando ele morreu.

— Porque ele morreu?

— Acho que tinha ido arranjar comida...

— E aquela cena em que a menina come alguma coisa e tiram da mão dela?

— Devia ser alguma coisa envenenada...

— E a cena dele pescando?

— Deve ser do primeiro!

— Ele deve ter pescado muito no segundo também.

— A história é praticamente a mesma, né?

— Por aí...

— Eles param nesse lugar...

— Crescem...

— Descobrem o amor...

— Têm um filho...

— Nadam com ele...

— Eles morrem?

Pensa um pouco antes de responder:

— Sei lá! Mas acho que uma hora... Bem, fica subentendido.

— E o filho deles? Nunca vai descobrir o amor?

— Que idéia, cara!

— Ué, ele vai viver sozinho?!

— No meio do mato?

— Credo!

De repente a televisão é desligada.

— Ué, como assim?

— E o filme?

— Hora da aula! Sobe, sobe, sobe! — mandou uma voz zangada.

Rebecca Albino
22/abr/2007

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Manda matá!

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