Protesto!
Protesto!
Há não muito tempo vem se falando sobre a reforma gramatical que, no Brasil, está prevista para entrar em vigor no próximo ano. Alguns motivos para tal reforma é o de padronizar o idioma nos países onde é falado. Mas há um outro que me assustou: o objetivo seria, na realidade, simplificar o idioma para que seja mais fácil para os menos instruídos se expressarem na forma escrita.
Ora! Simplificar a Língua para uma inclusão me parece tão... absurda, tão absurda quanto as cotas para as universidades públicas! Alguns grupos, se lerem esse texto, vão achar que sou a favor da elitização (sempre vista de modo pejorativo), mas não é isso, não! O que não percebemos é que a educação está indo buraco a baixo e que ensino bom é ensino pago, e olhe lá! Ensino de excelência é igual a colégios, cursos e universidades extremamente particulares que apenas uma fatia mínima da população pode pagar.
Vamos por partes:
Quando lançaram o esquema de cotas para universidades públicas, diziam que era para diminuir o preconceito — alguém me diga onde reservar vagas para negros não é preconceito, por favor?
Aliás, essa desculpa é falida: o computador, que conta os acertos, é uma máquina e por isso não guarda rancor (sentimento puramente humano) contra a cor do candidato.
Outro motivo era para dar oportunidades para os estudantes de escolas públicas a ingressarem na faculdade. Esse foi o mais aceito. Erroneamente aceito.
Foi o jeito que deram de compensar a falta de qualidade do ensino público no Brasil, nada mais do que isso. Com a aceitação da maioria, relaxaram quanto ao verdadeiro problema.
Mais recentemente, as cotas se estenderam a filhos de policiais e bombeiros mortos em combate.
Há não muito tempo os professores de escolas municipais entraram em conflito com o município quando impuseram a Aprovação Automática, que consistia em tirar a nota “I” de insuficiente, que reprova o aluno, do sistema, assim como a nota “O” de ótimo.
Então é assim: o aluno ótimo é tão mediano quanto o aluno insuficiente. Imagine: se com a pressão de passar de ano, o nível dos alunos está do jeito que está, imagine sem pressão. Passou, passou. Não passou, passou de qualquer forma.
Foi nesta última segunda-feira (03/09) que o colégio estadual que estudo saiu da greve de duas semanas.
O que queriam era apenas melhoria, coisa que todos querem. E o que receberam foi uma proposta vergonhosa dividida em vários meses.
Conclusão:
Mais uma vez, a educação cai e agora drasticamente. Mudar a Língua para que seja mais fácil?! Que isso, minha gente?! Espero que não seja verdade, espero que sejam opiniões isoladas que eu tive o desprazer de ler.
A Língua, seja ela difícil ou não, é tão bonita e única. Todo mundo diz que o Francês é lindo, será que ele continuaria sendo lindo se tirassem todos os acentos? Será que tirando os acentos, as pessoas escreverão melhor? Se for assim, será que não vale mais a pena acabar com tudo e adotar a linguagem de MSN? Escrever exatamente do jeito que se fala, assim não tem erro. Minto, com certeza haverá erro! E sabe porquê? Haverá erro porque não é a Língua que é difícil, haverá erro porque o jeito como se ensina é errado; haverá erro porque não há incentivo...
Mas o que me impressiona mesmo são os vários problemas que precisam ser reformados, ratificados e simplificados neste país e que não são. É um absurdo e apenas isso. Ao invés de se resolver, se dá um jeito.
Rebecca Albino
08/set/2007